Análise de variáveis ergonômicas em operações de implantação florestal
Janaine Vosniak
Defesa Pública: 10 de setembro de 2009
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Jorge Roberto Malinovski – UFPR – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Nilton Cezar Fiedler – UFES – Segundo Examinador
Prof. Dr. Eduardo da Silva Lopes – Orientador e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
Esta pesquisa teve como objetivo realizar análise de variáveis ergonômicas em atividades de implantação em florestas plantadas na Região do Norte Pioneiro do Estado do Paraná, contemplando as atividades de coveamento semimecanizado, plantio manual e adubação manual. Foram estudados os fatores humanos e as condições de trabalho por meio de entrevistas aplicadas na forma de questionários individuais aos trabalhadores. A carga de trabalho físico foi determinada, por meio do levantamento da frequência cardíaca com o uso do sistema Polar Eletro Oy, da Finlândia. Foi realizada a análise biomecânica das atividades, por meio de fotografias e filmagens das posturas e forças envolvidas, dos trabalhadores executando as atividades, com uso do modelo de análise de posturas “WinOWAS”. Foram analisados os fatores do ambiente de trabalho, o conforto térmico, o nível de iluminação e o nível de ruído. Os resultados indicaram que a média de idade dos trabalhadores foi 31,9 anos, estatura média 169,6 cm e peso médio 73,8 kg, sendo que 78,3% eram origem rural, 60,9% eram casados e 76,9% possuíam baixa escolaridade (Ensino Fundamental Incompleto). Quanto ao tempo de serviço na empresa, a média foi de 30,4 meses e o tempo médio de experiência na função de 23 meses. Os operadores do perfurador de solo eram 41,7% canhotos. As dores nas pernas (40,7%) e nas costas (30,3%) relatadas pelos trabalhadores deveram-se ao peso e desconforto dos equipamentos e aos deslocamentos. Os EPI’s mais incômodos foram o capacete com viseira para 26,1%, causando dores de cabeça e dificuldades na visão, e a luva (15,2%), por umedecer as mãos dificultando o manuseio de ferramentas. Na análise da carga de trabalho físico, as atividades foram classificadas como moderadamente pesada ou leve, com exceção da fase de coveamento propriamente dito, que apresentou carga cardiovascular acima de 40%, classificada como pesada, necessitando pausas adicionais de 27,4 minutos durante a jornada diária. A análise biomecânica mostrou que algumas posturas encontradas no coveamento e no plantio foram prejudiciais à saúde e classificadas na Categoria 3, necessitando a adoção de medidas ergonômicas. Os resultados dos fatores ambientais mostraram que os valores do IBUTG e de iluminação estavam dentro da zona de conforto para os trabalhadores. O nível de ruído na atividade de coveamento se apresentou acima do valor estabelecido pela legislação de 85 dB (A), com Leq de 90,8 dB (A) durante a jornada de trabalho, sendo necessária a utilização de proteção auditiva.
Florística, estrutura e aspectos físicos de Floresta Ombrófila Mista em Sistema Faxinal no município de Rebouças, Paraná
Jey Marinho de Albuquerque
Defesa Pública: 24 de julho de 2009
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Solon Jonas Longhi – UFSM – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Eleandro José Brun – UTFPR – Segundo Examinador
Prof. Dr. Luciano Farinha Watzlawick – Orientador e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
A área de distribuição natural da Floresta Ombrófila Mista (FOM), ou seja, aquela com ocorrência da Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze, ocorre no planalto meridional brasileiro, com cerca de 2,7 milhões de hectares, o que significa aproximadamente 24% em termos relativos. Presentes na região onde predomina a FOM estão os Povos dos Faxinais, caracterizados por comunidades caboclas, apoiadas na forma de vida comunitária. É constatada uma carência de estudos de floresta em Sistema Faxinal, portanto há a necessidade da realização de pesquisas que retratem a florística e a estrutura dos remanescentes de FOM nessa fisionomia vegetal, cujas informações podem ser relevantes na elaboração e planejamento de ações que objetivem a preservação dessa formação florestal. O trabalho teve como objetivo analisar e comparar à diversidade florística, a estrutura horizontal, a influência da luminosidade e da compactação do solo na regeneração da FOM em Sistema Faxinal, nas localidades de Marmeleiro de Baixo e Marmeleiro de Cima no município de Rebouças-PR. Para tanto foi realizada a instalação de unidades amostrais permanentes, com área de 1ha, sub-divididas em 100 subunidade de 100m², nas quais foram realizadas medições dendrométricas, intensidade da luminosidade e avaliação da compactação do solo. Constata-se baixo número de espécies, tanto vegetação arbórea como na regeneração natural, aspectos estes que não estão relacionados à luminosidade, nem a compactação do solo, porém aos aspectos relacionados ao manejo utilizado, pastoreio, limpeza da área de espécies arbustivas e ao extrativismo da madeira com finalidades energéticas.
Florística e estrutura horizontal no período 2002-2008 de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista no Centro-Sul do estado do Paraná
Alex Roberto Sawczuk
Defesa Pública: 23 de julho de 2009
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Solon Jonas Longhi – UFES – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Henrique Soares Koehler – UFPR – Segundo Examinador
Prof. Dr. Afonso Figueiredo Filho – Orientador e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
Este trabalho teve como objetivo estudar a alteração na composição, diversidade e similaridade florística e estrutura horizontal de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista, localizada na Floresta Nacional de Irati, região Centro-Sul do estado do Paraná, no período 2002 a 2008. Neste fragmento foi instalado um experimento permanente de 25 ha dividido em 25 blocos de 1 ha cada (100 m x 100 m). Cada bloco possui 4 parcelas de 50m x 50m (0,25 ha) divididas em 5 faixas de controle de 10 m x 50 m. Nestas faixas de controle cada indivíduo arbóreo com DAP≥10 cm foi numerado, identificado, localizado em coordenadas (X, Y) e medido nos anos de 2002, 2005 e 2008. Foi avaliada a alteração da composição florística, assim como vários índices de diversidade e similaridade florística, além da estrutura horizontal. Foram encontrados 14518 indivíduos (580,72 ind./ha) de 111 espécies no ano de 2002 divididos em 44 famílias; 14300 indivíduos (572 ind./ha) de 111 espécies divididos em 44 famílias em 2005; e 14178 indivíduos (567,12 ind./ha) de 116 espécies pertencentes a 44 famílias em 2008. No período de estudo (6 anos) encontrou-se um total 118 espécies de 80 gêneros pertencentes a 45 famílias. A diversidade no ano de 2002, pelo índice de Shannon (H’), foi de 3,55, para 2005 foi de 3,56 e para 2008 foi de 3,57. O índice de Simpson (S) indica que a diversidade não se alterou no período e foi igual a 0,04. Pelo índice de equabilidade de Pielou (J’) a diversidade encontrada foi de 0,75 para o ano de 2002, de 0,76 para o ano de 2005 e 0,75 para o ano de 2008. Estes valores altos de diversidade são indicadores do estádio avançado de sucessão no qual a floresta se encontra. A diversidade tratada em nível de bloco pelo índice de Shannon (S’) mostrou que o bloco B12 apresentou maior diversidade com valor de 3,39 no ano de 2002, para o ano de 2005 foi o bloco B06 com 3,41 e para o ano de 2008 foi o bloco B06 com 3,43. O bloco B21 apresentou os mais baixos valores de diversidade (S’) para o período estudado com 2,80 em 2002, em 2005 foi 2,78 e em 2008 foi de 2,78. O bloco B17 ficou 4,05% mais diverso no período 2002-2005, apresentando o maior ganho em diversidade. Os valores dos índices de similaridade florística entre blocos para o ano de 2002 mostraram que os blocos com maior número de espécies em comum foram os blocos B12 e B20, com 83% de espécies em comum (49). Para o ano de 2005 os blocos mais semelhantes foram os blocos B12 e B20, com 75% das espécies em comum (49) e para o ano de 2008 os blocos mais semelhantes foram os blocos B22 e B23, com 77% das espécies em comum (48). O bloco B25 não foi semelhante a nenhum outro bloco, devido à baixa densidade de espécies. As variáveis fitossociológicas da estrutura horizontal apontam Araucaria angustifolia (Pinheiro-do-paraná), Ilex paraguariensis (Erva mate) e Ocotea odorifera (Sassafrás) como as espécies mais importantes da Floresta Ombrófila Mista. Observou-se uma tendência de inversão de posição entre a Ilex paraguariensis e o Ocotea odorifera com base na evolução dos índices fitossociológicos. A floresta encontra-se em avançado estádio de sucessão ecológica, com VI absoluto de 24,90 (8,30%) para espécies pioneiras e 175,16 (58,39%) para secundárias tardias.
Mapeamento de Araucaria angustifolia utilizando DGPS e imagem de satélite Quickbird-2
Diego Luis Venancio
Defesa Pública: 3 de março de 2009
Banca Examinadora:
Prof. Dr. João Roberto dos Santos – INPE – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Edson Aparecido Mitishila – UFPR – Segundo Examinador
Prof. Dr. Attilio Antonio Disperati – Orientador e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
O presente trabalho faz uso da tecnologia GPS nos modos diferencial (posicionamento relativo) e absoluto em uma área de Floresta Ombrófila Mista, visando o mapeamento das Araucárias (Araucaria angustifolia) que existem na área de estudos (Campus Universitário de Irati – UNICENTRO) no Estado do Paraná, Brasil. Complementarmente três interpretes delinearam visualmente as copas de araucária em uma imagem satelitária Quickbird colorido normal, fusionada e com resolução espacial de 61 cm, da área de estudos; os seus resultados são comparados com o mapa inicialmente elaborado. O trabalho apontou a presença de 264 Araucárias na área de estudos, sendo possível o posicionamento relativo em 141 casos com precisão variando de 6 a 84 cm, e o posicionamento absoluto, possível em todos os casos, apresentou variação de 5 a 14 m. O posicionamento relativo foi possível em 30% das Araucárias onde a declividade foi > 30% e em 57% dos casos em que a área basal foi > 16 m 2 /ha. As avaliações das interpretações evidenciaram a delimitação, em média, de 50% da área total de copas e foram identificadas, em média, 40% das Araucárias existentes na área de estudo. Pode-se concluir que o posicionamento relativo possui precisão suficiente para a localização das Araucárias, enquanto o posicionamento absoluto pode causar confusão devido ao baixo grau de precisão quanto ao posicionamento planimétrico. O posicionamento relativo foi influenciado pela declividade e área basal, principalmente em condições de elevada declividade e elevada área basal.
Modelagem da dinâmica e prognose da estrutura diamétrica de uma Floresta Ombrófila Mista por meio de matriz de transição e razão de movimentação
Thiago Floriani Stepka
Defesa Pública: 15 de dezembro de 2008
Banca Examinadora:
Prof. Dr. José Roberto Soares Scolforo – UFLA – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Sebastião do Amaral Machado – UFPR – Segundo Examinador
Prof. Dra. Andrea Nogueira Dias – Orientadora e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
Esta pesquisa teve como objetivo estudar e modelar a dinâmica e realizar prognose da estrutura diamétrica de uma Floresta Ombrófila Mista, localizada na Floresta Nacional de Irati-Pr (FLONA de Irati). Nesta floresta foi instalado um experimento permanente de 25 ha no ano de 2000/2001, sendo medidos em 2001/2002, remedidos no ano de 2004/2005 e novamente remedido no ano de 2007/2008. O experimento é constituído de 25 blocos de 1 ha cada (100 m x 100 m). Cada bloco está dividido em 4 parcelas de 2500 m² (50 m x 50 m), as quais foram subdivididas em 5 faixas de 500 m² (10 m x 50 m). Todas as árvores com DAP ≥ 10 cm foram numeradas, medidas e identificadas. Os dados das três medições do experimento foram analisados de forma a estudar a dinâmica da floresta (incremento, mortalidade e ingresso), bem como ajustar modelos de incremento, ingresso e mortalidade e projetar a estrutura diamétrica por meio de matriz de transição e razão de movimentação, além de comparar os dados projetados com a estrutura real. No ano de 2002 existiam na floresta um total de 580,72 árv/ha distribuídos em 113 espécies e 45 famílias, em 2005 existiam na floresta um total de 572 árv/ha de 113 espécies e 45 famílias e no ano de 2008 existem 567,12 árv/ha divididos em 118 espécies e 45 famílias. Em seis anos de monitoramento, a floresta apresentou um DAP médio de 24,3 cm e um incremento médio em DAP de 0,234 cm/ano. Com relação a área basal, a floresta cresceu em média 0,245 m²/ha/ano. A floresta apresentou uma taxa média de mortalidade de 1,78% por ano e de ingresso foi de 1,39% por ano. Quanto aos modelos de incremento, na maioria das estratificações principalmente nas folhosas, os ajustes foram piores aos encontrados para os dados não estratificados. Quando a melhoria no ajuste existiu, esta ocorreu principalmente no erro padrão de estimativa. Em relação aos resultados da araucária, em geral foram melhores que os valores obtidos para as folhosas, porém quando se trata dos ajustes médios os resultados das folhosas foram melhores em relação à araucária. Já nos modelos de ingresso e mortalidade, houve melhorias significativas com o aumento do tamanho da parcela, principalmente no erro padrão de estimativa. No que diz respeito aos métodos de prognose estudados, ambos apresentam valores estimados iguais aos reais a 99% de probabilidade segundo o teste de Kolmogorov-Smirnov.