GORDOFOBIA E A IDEALIZAÇÃO DO CORPO FEMININO

Elen Silva Souza 1 (PET/UNICENTRO), elensilvasouza@gmail.com, Níncia Cecília Ribas Borges Teixeira, UNICENTRO/PET/LABECIR, Guarapuava, Paraná.
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Rosana Goes Silva 2 (PET/UNICENTRO), rosanasilva94@gmail.com, Níncia Cecília Ribas Borges Teixeira, UNICENTRO/PET/LABECIR, Guarapuava, Paraná.

ÁREA DE SUBMISSÃO – PESQUISA.

Palavras-chave: Representação, Gordofobia, Mídia.
Resumo:
Este trabalho faz um estudo sobre idealização feminina e gordofobia, usando como objeto de estudo um vídeo do aplicativo Youtube, que faz uma discussão sobre gordofobia, e a idealização do corpo perfeito. Aliando esse assunto os estudos sobre mídia e os estudos culturais.
Introdução
Com a chegada do capitalismo muitas coisas começaram a ser idealizadas pelo mercado, como por exemplo, o uso de maquiagem, pintar o cabelo, e o uso de “roupas da moda”. Coisas que foram empregadas para a mulher, e com isso a sociedade criou um modelo de “mulher perfeita”, ou seja, essa mulher seria magra, loira, cabelo liso e de olhos azuis, como se vê em capas de revistas. A indústria dos cosméticos está sempre em busca de expandir seus horizontes, procurando bombardear cada vez mais características físicas como sinônimo de feiura. O veículo mais utilizado para modelar essa visão, são as mídias, que é constituída por Rádio, Televisão, CDs, DVDs, jornais, revistas e atualmente a mais utilizada Internet. Por meio desses que vem se modelando opiniões políticas e socias, Douglas Kellner (1943) discute isso na introdução de seu livro “ A Cultura da Mídia”.

A cultura da mídia é industrial; organiza-se com base no modelo de produção de massa e é produzida para a massa de acordo com tipos (gêneros), segundo fórmulas, códigos e normas convencionais. É, portanto, uma forma de cultura comercial, e seus produtos são mercadorias que tentam atrair o lucro privado produzido por empresas gigantescas que estão interessadas na acumulação de capital. (KELLNER, Douglas.2001.p.9)

Segundo Kellner (1943) a mídia empregou essa idealização e visando no crescimento do mercado e de venda de produtos para gerar lucro. Assim, foi investido nos produtos de beleza para aquelas mulheres que não se encaixavam no padrão imposto. Várias coisas foram idealizadas, não somente a estética do corpo, mas também opiniões políticas e socias, etc. Kellner discute isso em seu texto:

Há uma cultura pela mídia cujas imagens, sons e espetáculos ajudam a urdir o tecido da vida cotidiana, dominando o tempo de lazer, modelando opiniões políticas e comportamentos sociais, e fornecendo o material com que as pessoas forjam sua identidade. O rádio, a televisão, o cinema e os outros produtos da indústria cultural fornecem os modelos daquilo que significa ser homem ou mulher, bem-sucedido ou fracassado, poderoso ou impotente. (KELLNER, Douglas. 2001.p.9)

A mídia é a maior fonte de informação contemporânea, e é muitas vezes uma fonte profunda de pedagogia cultural: que nos ensina a se comportar, pensar e sentir. Então, cabe a nós leitores se informar sobre a verdade e adquirir mais poder sobre o meio cultural, e aprender a criticar e se posicionar contra a essas manipulações. Por isso que é chamado de cultura da mídia, tudo aquilo que modela o indivíduo, ajuda na capacidade de fala, ação e criatividade é cultura.

Então o objetivo desse trabalho é problematizar esse tema, aliando com os estudos de cultura de mídia e estudos culturais e analisando o depoimento de uma mulher fora desse padrão imposto pela sociedade. O objeto de estudo é um vídeo do aplicativo Youtube, se trata de uma entrevista com Mariana Xavier, que é uma atriz, e é vitima de gordofobia. (vídeo disponível no canal denominado Todas Junta).

O que é gordofobia?
Segundo o blog dietbox:
O termo gordofobia, como o próprio nome já indica, caracteriza uma situação de discriminação com um indivíduo que se apresenta acima do peso. É comum perceber, no nosso convívio social, várias pessoas usando o termo “gordo” com o sentido pejorativo, na intenção de criticar ou insultar alguém que apresenta alguns quilos a mais no corpo. Esse tipo de atitude, por mais ingênua que possa parecer, é classificada como um ato de gordofobia – e cada vez mais pessoas tem sentido os efeitos dessa discriminação. (DIETBOX blog, 2015)

Gordofobia é um preconceito seríssimo. Ainda mais quando vem de você mesmo, o preconceito com seu próprio corpo, não aceitar como ele é. Quantas mulheres que são “a cima do peso” que tentam regimes e tomar remédios para emagrecer que se torna ainda mais prejudicial á saúde. E isso ocorre pela pressão da mídia muitas vezes. A atriz Mariana Xavier fala sobre exatamente isso o quanto foi difícil conseguir aceitar seu próprio corpo. E antes de se aceitar quanto remédios tomou para emagrecer e quantos regimes loucos fez. A atriz fala também sobre preconceito, e como conseguiu construir seu espaço como atriz e modelo Plus Size. Na entrevista é discutido também o preconceito que existe em usar a palavra Gorda, que se refere uma característica como qualquer outra, mas que foi empregada como algo ruim pela mídia, que o gordo é feio e não tem uma saúde boa, a atriz até brinca no vídeo e fala que sua saúde está ótima.
O autor utiliza como exemplo cantora, compositora, atriz, dançarina e produtora musical norte-americana, Madona. Segundo Kellner, no início de sua carreira a cantora passa uma imagem de mulher decidida e livre, Madona foi ficando cada vez mais famosa e com toda essa celebridade começou a recorrer à moda e a sexualidade para produzir uma imagem que a marcaria.
Madona começou com transformações físicas no peso e no corpo, ela era viçosa e gordinha perdeu muito peso com ginastica e dietas rigorosas, mudou varias vezes de cor de cabelo e penteado, usando joias e roupas caras.

A turnê “Quem é essa garota” de 1987, gravada no vídeo cassete ciao italia, mostra-a com dez quilos a menos e um corpo atlético. Passará anos fazendo dieta, malhando várias horas por dia e até fazendo halterofilismo para modelar o corpo. (KELLNER, Douglas. 2001,p.351)

Madona com todo o seu auge passa a imagem para as adolescentes da época a moda tradicional da mulher bem- vestida, bonita e magra, fazendo com que as que a idolatravam fossem para a academia de ginástica e salões de beleza, levando-as até mesmo fazerem dietas malucas para conseguir o corpo perfeito das revistas da época.

Materiais e métodos

A Cultura da Mídia – Douglas Kellner

Nesse texto vemos o significado de cultura, e como tem nos afetado as informações midiáticas. A mídia é uma das maiores fontes de informação da atualidade. Mas segundo o autor, devemos nos informar sobre a verdade, e saber o que aproveitar dessas informações, para não sermos manipulados por essas mídias.

Resultados e Discussão

Através do depoimento da atriz Mariana Xavier pode-se considerar que a mídia está vincula no comportamento das pessoas, sugerindo o “corpo perfeito” que nem sempre é um sinal de saúde, sendo, que o importante é nós mulheres nos sentirmos bem e felizes com o corpo que temos. A palavra gordofobia está muito presente, um preconceito que afeta milhares de mulheres no qual precisa ser cada vez mais de batido, é através dos estudos culturais que podemos perceber como as mídia estão diretamente ligadas com a forma do comportamento das pessoas.

Considerações Finais

Este trabalho teve como objetivo fazer um estudo sobre a idealização feminina imposta pela sociedade, utilizando os estudos sobre cultura de mídia. Para entender como se dá essa imposição. E até em que momento a mídia influência capacidade de fala, ação e criatividade é cultura.

Agradecimentos

Referências

Blog Dietbox, Disponível em:< https://blog.dietbox.me/2015/10/01/gordofobia-o-que-e-isso/ > data 28/08/2017.

KELLNER, Douglas. A cultura da mídia: estudos culturais: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno. In:¬__________. Introdução; O fenômeno Madonna.Tradutor: Ivone C. Benedetti. São Paulo: EDUSC, 2001. 452 p. (Coleção Verbum).

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