PREVALÊNCIA DA ANEMIA FALCIFORME NO ESTADO DO PARANÁ (Alexandra Mitiru Watanabe)

A anemia falciforme é a doença genética de maior prevalência mundial e a que apresenta maior gravidade clínica e hematológica. No Brasil, devido a diferentes origens raciais e diversificado grau de miscigenação, a doença tornou-se um problema de Saúde Pública. A inclusão da pesquisa das hemoglobinopatias com ênfase na anemia falciforme nos programas de triagem neonatal foi um avanço para a saúde pública. A criação do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), mediante a Portaria n.o 822 do Ministério da Saúde, em 06/06/2001, está possibilitando a detecção das doenças falciformes no recém-nascido (RN), podendo-se iniciar precocemente a profilaxia e o tratamento, antes do surgimento dos sintomas. Objetivos: Determinar a prevalência da anemia falciforme; da associação Sβ-talassemia e do heterozigoto para a HbS. Comparar o genótipo obtido pela triagem neonatal com o genótipo obtido após os exames confirmatórios. Identificar as amostras selecionadas SS, Sβ-talassemia e FAS quanto às suas distribuições geográficas nas vinte e duas Regionais de Saúde do Estado do Paraná. Casuística, material e métodos: O estudo realizado foi observacional transversal. A população analisada foi constituída de 548.810 recém-nascidos que realizaram a triagem neonatal no Serviço de Referência em Triagem Neonatal (SRTN) da Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional (FEPE), no Estado do Paraná, no período de janeiro de 2002 a dezembro de 2004. Foram selecionados os genótipos FS, FSA e (F)AS, resultantes da triagem por focalização isoelétrica (FIE) e cromatografia líquida de alta precisão (HPLC). As crianças com os genótipos FS ou FSA foram encaminhadas para acompanhamento clínico. Os exames laboratoriais eletroforese de hemoglobinas, pesquisa de HbA2, Hb fetal e hemograma foram realizados a partir dos seis meses de idade para confirmação do diagnóstico. Os resultados obtidos foram analisados quanto à sua prevalência e distribuição nas Regionais de Saúde do Paraná. Resultados: Dos 548.810 recém-nascidos triados no período, 27 foram encaminhados para consulta médica por genótipo FS ou FSA. Desses, 12 (44,4%) confirmaram ser SS e 15 (55,5%) apresentaram a associação Sβ-talassemia. A prevalência da anemia falciforme detectada pela triagem neonatal no Estado do Paraná é de 2,2: 100.000 RN; Sβ-talassemia 2,7:100.000 RN e (F)AS 1.500: 100.000. A maior concentração de ambos os casos aconteceu na região norte e capital. Houve concordância do diagnóstico presuntivo com os exames confirmatórios em 93 % dos casos. O genótipo (F)AS encontra-se presente na quase totalidade do Estado porém em maior freqüência na região norte. Conclusões: A prevalência de homozigotos e heterozigotos para HbS no Paraná é menor do que relatado para estados do centro-oeste, norte e nordeste do Brasil. Fatores como tipo de população predominante, óbitos fetais, casamentos inter-étnicos podem estar contribuindo para que não haja maior número de homozigotos para a HbS. A detecção da associação Sβ-talassemia corrobora a participação dos povos europeus mediterrâneos na miscigenação da população do Estado
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Realidade da doença Falciforme no Paraná (Simone Peres)

Medicina tradicional compreende as ações voltadas ao bem estar coletivo de comunidades urbanas, tradicionais e em assentamentos.
A saúde das populações negras é compreendida em seu caráter interdisciplinar que perpassa desde a saúde mental, ações preventivas, ervas medicinais e cuidados comunitários. Lembrando que as populações negras compartilham situações de exclusão de longa duração.