Thiago Grespan

Defesa Pública: 11 de agosto de 2016

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Alexandre Uhlmann Embrapa Florestas – Primeiro Examinador
Profª. Dra. Aline Marques GenúUNICENTRO – Segunda Examinadora
Profª. Dra. Andrea Nogueira DiasUNICENTROOrientadora e Presidente da Banca Examinadora

Resumo:

Este trabalho teve como objetivo verificar a formação de grupos florísticos, caracterizá-los quanto à estrutura, investigar a presença de espécies indicadoras nos grupos formados e avaliar possíveis relações com variáveis ambientais e espaciais em um remanescente de Floresta Ombrófila Mista Montana. Para isso, foram utilizados dados provenientes de uma rede de parcelas permanentes de 25 hectares localizadas na Floresta Nacional de Irati, Paraná. Nesta pesquisa foi utilizado o processo de amostragem sistemático, em um desenho alocado sobre as parcelas permanentes, onde foram estabelecidas 100 parcelas de 10 m x 10 m. No interior das parcelas foram computados todos os indivíduos presentes na área no ano de 2014 com diâmetro à altura do peito (DAP) maior ou igual a 10 cm. Amostras de solo na profundidade de 0 – 20 cm foram coletadas para as análises químico-físicas, como também a informação de altitude, em cada unidade amostral. Por meio da Análise de Classificação (Cluster Analysis) foram definidos agrupamentos florísticos e realizada a Análise de Espécies Indicadoras para verificar a existência dessas nos grupos formados. A Análise de Correspondência Distendida foi empregada para sumarizar a estrutura da vegetação e verificar a existência de gradientes ambientais na área de estudo. Em seguida, foi empregado a regressão linear múltipla (Ordinary Least Squares – OLS), para avaliar os possíveis efeitos das variáveis preditoras ambientais e espaciais sobre a distribuição e abundância das espécies consideradas indicadoras. As variáveis espaciais foram representadas por MEMs (Moran Eigenvector Maps), também denominados filtros espaciais. Ao todo, foram encontrados 638 indivíduos, distribuídos em 29 famílias botânicas, 55 gêneros e 72 espécies. Dentre as espécies que caracterizaram a estrutura da floresta pode-se ressaltar a Araucaria angustifolia, Ocotea odorifera, Ilex paraguariensis, Ocotea porosa e Nectandra grandiflora. As famílias mais importantes da comunidade foram Lauraceae, Araucariaceae e Myrtaceae, sendo esta última a que apresentou maior riqueza. Por meio da matriz de abundância das espécies mais expressivas na vegetação foi possível a detecção de quatro agrupamentos florísticos, os quais refletiram as variações na composição e estrutura da vegetação. Estas variações não foram atribuídas às variáveis ambientais preditoras, mas às variáveis não mensuradas no estudo e que estão estruturadas no espaço, as quais possivelmente representem mecanismos ecológicos, como direção de dispersão de propágulos, combinados ainda com o efeito estruturante da dinâmica espacial da comunidade.

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