A relação entre as novas práticas de ensino e as tradicionais na alfabetização
A alfabetização é um processo que vai além da simples habilidade de decodificação e codificação da escrita. Quando estatísticas educacionais apontam para resultados insatisfatórios do ensino, mostrando que grande parte da população de estudantes apresenta sérios problemas no que se refere à leitura e escrita, tende-se a atribuir às inovações educacionais, às novas concepções de alfabetização, e, em alguns casos, chega-se a propor o retorno de práticas pedagógicas tradicionais como forma de solução.
Levando em consideração essa discussão em torno do processo de alfabetização, a professora do Departamento de Pedagogia da Unicentro, Angela Helena Bona Josefi, se aprofundou na temática e, em fevereiro de 2012, deu início ao projeto de pesquisa intitulado “Alfabetização: Concepções E Práticas Pedagógicas”.
Com o objetivo de contribuir para o debate sobre a questão da transposição didática, o projeto pretende investigar os resultados insatisfatórios da alfabetização, problematizar a prática alfabetizadora e sondar as concepções dos professores a respeito do ensino e aprendizagem da linguagem escrita.
O estudo em desenvolvimento vem contemplando a questão de como são assimilados os princípios teóricos que fundamentam propostas inovadoras, desde o início dos esforços pela superação das práticas tradicionais de ensino aprendizagem.
Entre os resultados parciais do estudo, com término previsto para janeiro de 2015, levantamentos apontam que o problema ainda se encontra na dificuldade dos professores no que se refere à transposição didática relativa à teoria-prática, ou seja, parece que eles não têm clareza de como devem agir nas intervenções pedagógicas de forma coerente com as concepções que dizem defender.
Percebe-se, ainda, que os resultados continuam insatisfatórios e que há quem defenda que são as novas concepções presentes nas propostas educacionais que não funcionam. Parece, até o momento, que o processo de transposição pedagógica é afetado pelo modo como os professores assimilam fundamentos pedagógicos e diretrizes de ensino.
Aulas a distância em cursos presenciais: a busca por metodologias
O ensino a distância é uma prática muito difundida no mundo e que, aos poucos, vem crescendo no Brasil. Alguns cursos, antes restritos somente à grade presencial, agora contam com matérias que usufruem da metodologia do ensino a distância em parte da carga horária.
Levando em consideração essa transição pela qual passa o ensino no Brasil, a professora do Departamento de Pedagogia da Unicentro, Margareth de Fátima Maciel, desenvolveu um projeto de pesquisa que procura analisar que metodologias podem ser utilizadas nas aulas a distância de um curso presencial.
Uma experiência inicial, realizada em 2012, apontou alguns itens, como o perfil dos alunos, que merecem estudos mais aprofundados no sentido de verificar até que ponto essas metodologias podem contribuir para o ensino presencial e apresentar dados que possam justificar a sua extensão a outras disciplinas do curso ou de outros cursos.
Intitulado “Aulas a distância em cursos presenciais: a busca por metodologias”, o projeto teve início em fevereiro de 2013 e segue até março de 2016.
Entre os objetivos, além de discutir a necessidade e analisar o nível das atividades realizadas, estão: verificar os fundamentos teóricos que subsidiam a aprendizagem por meio de um ambiente virtual, reconhecer as possibilidades que este ambiente oferece ao aluno para realizar as atividades a distância e identificar o compromisso dos alunos em número de acessos, realização das atividades e participação.
“Meu interesse, nesta proposta, está em reconhecer a importância da inserção de aulas a distância em cursos presenciais como uma ferramenta pedagógica para auxiliar na ampliação de metodologias destinadas ao ensino e que melhorem a aprendizagem”, afirma Margareth.
Como resultado, a professora pretende apresentar metodologias direcionadas para aulas a distância em cursos presenciais de modo mais efetivo e que atendam as necessidades educacionais dos alunos. Além disso, ampliar e estender a mais disciplinas, do curso de Pedagogia da Unicentro, a utilização dos ambientes virtuais de aprendizagem (AVA moodle). Espera-se ainda, reconhecer quais as dificuldades apresentadas pelos alunos do curso presencial na realização de atividades a distância.
Monitoramento e fim da dependência do tabagismo
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo. Estima-se que um terço da população mundial adulta, isto é, 1,2 bilhão de pessoas sejam fumantes.
Dentro deste cenário, a professora do Departamento de Enfermagem da Unicentro, Fátima Martinez Slomp, percebeu a importância de inserir acadêmicos nesse contexto, para que pudessem visualizar a realidade e necessidades dos usuários frente a dependência do tabaco e, também, apresentar a importância do acolhimento e otimização do tratamento para a cessação do tabagismo.
Assim, em primeiro de março de 2012, teve início o projeto de pesquisa intitulado “Monitoramento dos pacientes dependentes do tabaco frequentadores do Programa Municipal de Combate ao Tabagismo”, em Guarapuava.
O município possui uma unidade de saúde do SAE (Serviço de Assistência Especializada), onde mantém o Programa Municipal de Combate ao Tabagismo. No local são realizadas reuniões para os dependentes do tabaco que buscam dar um fim no tabagismo, o que auxiliou na coleta de dados para a pesquisa.
O objetivo geral do projeto, nos dois primeiros anos, é realizar um levantamento dos fumantes encaminhados pelas unidades de saúde dos diversos bairros, bem como mapear o número e perfil dos participantes.
Em um segundo momento, a proposta é levar informação sobre o tema na forma de um instrumento de fácil acesso e convidativo à leitura para o jovem estudante. Assim, surgiu a ideia de elaboração da “Agenda Pró-saúde”, que se encontra em fase de editoração.
Durante o andamento da pesquisa, foram contabilizados 228 pacientes encaminhados pelas unidades de saúde espalhadas pela cidade. Deste total, 76% são mulheres e a faixa etária mais evidentefoi entre 31 a 50 anos, para os dois gêneros.
Após a aplicação do teste de abordagem, mais da metade dos pacientes (74%) apresentaram depressão, seja ela leve, moderada ou grave. Quanto à dependência, 28% apresentaram grau médio, com consumo de 10 a 24 cigarros por dia.
No decorrer do período, foram realizadas 3,9 mil consultas entre os profissionais da equipe (médico, enfermeira, nutricionista e fisioterapeuta).
Após os atendimentos e o monitoramento dos pacientes houve a cessação do tabaco em 48% dos casos, número acima do verificado pelo Ministério da Saúde e Instituto Nacional do Câncer (Inca), que indicam que a cessação do tabaco é de 38 a 40% no Brasil.