Matérias – Pesquisas – título de exemplo
Criado em 2003 no Departamo de Ciências Econômicas da Unicentro, o projeto “Índice da Cesta Básica de Guarapuava” é uma iniciativa que visa analisar e acompanhar a variação dos preços de produtos que compõem a cesta básica vendida em Guarapuava e compará-los no contexto nacional.
A metodologia utilizada para a realização da pesquisa é a mesma que o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) usa para pesquisar a cesta básica nas principais capitais brasileiras. Para chegar aos requisitos de uma cesta básica necessária, o projeto, utiliza dados da pesquisa da “Ração Essencial Mínima Individual”, que tem por base uma cesta de alimentos definida pelo Decreto-Lei nº 399 de 1938, quando da criação do salário mínimo no país, e fixa o conteúdo mínimo mensal que deve ser consumido por um trabalhador, para ter o número suficiente de calorias e proteínas necessárias a sua sobrevivência.
Só para se ter uma ideia da dimensão do trabalho, em maio de 2003, quando foi realizada a primeira pesquisa, para comprar os mesmos 13 produtos, um trabalhador necessitava de R$ 135,59, em março de 2012, para fazer a mesma compra, era preciso R$ 222,12.
O professor Altamir Thimóteo, atual coordenador do projeto, explica que esta é uma forma dos cidadãos analisarem as variações e o mercado em si. “Muitas vezes, o consumidor vai ao mercado e não procura um produto melhor ou mais barato, ele não presta atenção se os alimentos subiram ou não”, comenta, justificando a importância da pesquisa para que a população saiba quais produtos podem elevar ou diminuir os gastos mensais.
O projeto foi criado em 2003 pelo professor José Ricardo Libardoni dos Santos e nos anos seguintes foi coordenado, também, pelo professor Ernesto Odilo Franciosi. A população pode acompanhar os resultados do projeto Índice da Cesta Básica de Guarapuava através da mídia local.
O valor da cesta básica em 2012
Os preços de treze produtos, que estão inclusos na cesta básica, são colhidos semanalmente em sete supermercados da cidade. A partir desses dados, é feito um balanço que indica o valor total da cesta no mês. O pesquisador de preços do projeto, o economista Everton Licoviski, relata que, com base nos resultados obtidos desde janeiro deste ano, a cesta básica vendida em Guarapuava acompanha a tabela nacional. Ele explica que os preço dos produtos, principalmente as hortaliças e frutas, variam de acordo com época do ano.
Licoviski relatou que no mês de janeiro, comparado com dezembro de 2011, ocorreu uma leve alta no preço da cesta básica em 0,32%, passando a custar R$ 227,71, sendo que os preços da batata e do feijão foram os maiores responsáveis por este aumento. Porém a sequência de altas foi interrompida nos meses seguintes. Em fevereiro o valor da cesta básica reduziu para R$ 223,64 uma considerável queda no seu preço, esta diminuição do seu valor foi dado especialmente pela queda de 3,23% no preço da carne bovina, sendo que este item representa de 40% a 45% no valor total da cesta básica. Assim, qualquer redução ou aumento no preço da carne bovina representa muito no valor total da cesta. O mês de março seguiu fevereiro, onde a cesta básica teve redução de 0,68%, passando a custar R$ 222,12. Apesar do aumento dos preços do café, tomate e feijão, o principal item responsável pelo resultado abaixo do mês anterior foi a batata (-13,81%) e carne bovina (-2,26%).
Comparando o resultado da cesta básica de Guarapuava com as capitais brasileiras – estudo divulgado pelo Dieese, no mês de março a cesta básica mais cara do país foi a de São Paulo, capital, com R$ 273,25, seguida por Porto Alegre-RS, R$ 264,19. Já a cesta básica mais barata se encontra em Aracaju-SE, com R$ 192,41, a capital paranaense, Curitiba, possui o valor de R$ 246,11, sendo 9,75% mais cara que a cesta de Guarapuava.
Para Licoviski, a tendência para os próximos meses é de aumento no valor da cesta básica, onde itens como açúcar, arroz, farinha de trigo e óleo de soja estão com elevação em seus preços. Outra variável importante a ser considerada é a chegado do inverno, que deixa os pastos secos e consequentemente eleva o custo do leite. Também na estação mais fria do ano, a produção de tomate é prejudicada e com a queda na produção o preço tende a aumentar.
Finalmente, a análise mostra que o resultado do primeiro trimestre de 2012 apresenta uma redução considerável de 2,46% no valor da cesta básica em Guarapuava, onde os maiores responsáveis por esta queda são a carne bovina e o tomate longa vida.