Estruturação de Bases Temáticas como Subsídio à Proposição de Tratamentos Silviculturais para Fragmentos de Floresta Ombrófila Mista
Julio Cesar Cochmanski
Defesa Pública: 31 de agosto de 2015
Banca Examinadora:
Profª. Dra. Yeda Maria Malheiros de Oliveira – EMBRAPA Florestas – Primeira Examinadora
Profª. Dra. Andrea Nogueira Dias – UNICENTRO – Segunda Examinadora
Profª. Dra. Maria Augusta Doetzer Rosot – EMBRAPA Florestas – Orientadora e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
O presente estudo teve como objetivo estruturar bases temáticas como subsídio para o ordenamento de fragmentos da Floresta Ombrófila Mista, envolvendo pequenas propriedades com características de práticas de agricultura familiar e de subsistência. O estudo foi realizado na região centro sul do estado do Paraná, no município de Fernandes Pinheiro, envolvendo 36 propriedades daquela região. Para o mapeamento das classes de uso e cobertura da terra utilizou-se uma imagem satelitária WorldView2 com resolução de 0,5 metros por pixel quadrado na banda pancromática e com 2,0 m nas bandas multiespectrais. Delimitou-se as propriedades envolvidas e classificou-se as camadas de uso da terra por propriedade. Com a demarcação dos rios na imagem, criaram-se buffers das APPs conforme a Lei 4.771 e a Lei 12.651, possibilitando comparações, no que se refere à diminuição de áreas de recuperação de APPs, no que tange às APPs de uso consolidado e às novas concessões de que trata a Lei 12.651. Dos 140,47 ha de APPs em toda área de estudo – que deveriam estar recobertos por florestas naturais em bom estado de conservação – apenas 95,6 ha apresentam uso não consolidado e com cobertura florestal natural. Dos 42,87 ha com uso consolidado em APPs, segundo a Lei 12.651, é exigida a recuperação de apenas 4,53 ha, aproximadamente 10%. Foram definidas oito Unidades Silviculturais (USs) nas propriedades, sendo cada US formada por polígonos com cobertura florestal homogênea em relação à subtipologia e condição legal (área de APP ou não), para a qual se recomenda o mesmo tratamento. Descontinuidades físicas como limites de propriedades, cercas, rios e estradas determinaram a subdivisão de uma mesma US, gerando dois ou mais talhões, considerados unidades administrativas onde se aplica o manejo. Os talhões foram agrupados por subtipologia florestal semelhante, tendo-se proposto oito tratamentos silviculturais, distintos para cada grupo de talhões. Foram indicadas seis espécies nativas como espécies-chave para o manejo, sendo elas: Araucaria angustifolia, Ocotea porosa, Ocotea odorifera, Cedrela fissilis, Ilex paraguariensi e Mimosa scabrela; além disso, recomenda-se o controle da espécie exótica Hovenia dulcis Thunb. nas APPs.
Modelagem do Crescimento e da Produção em Plantios de Pinus taeda L. na Região Centro-Sul do Paraná
Deborah de Souza Romaniuk
Defesa Pública: 30 de outubro de 2015
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Maurício Romero Gorenstein – UTFPR – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Thiago Floriani Stepka – UDESC – Segundo Examinador
Profª. Dra. Andrea Nogueira Dias – UNICENTRO – Orientadora e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
O presente trabalho teve por objetivo realizar o ajuste de modelos matemáticos por meio de dados obtidos pela cubagem de árvores e inventários periódicos para gerar as equações que melhor representem o crescimento e a produção futura dos plantios de uma empresa localizada na região centro-sul do Paraná. A base de dados é composta por plantios de Pinus taeda com espaçamento inicial de 3,0 x 2,0 metros, implantados no ano de 1996. Inicialmente utilizou-se como parâmetros iniciais os dados provenientes de inventário florestal realizado pela empresa nos 214,30 hectares plantados. Agrupados em classes de sítio pelo modelo de Schumacher e o método da curva guia em cada região foi realizada uma estratificação em classes de diâmetro pelo método de Sturges para a seleção das árvores amostradas para a cubagem. Foram medidos os diâmetros na base e a 1,30 m do solo, e em seções relativas de 15%, 25%, 35%, 45%, 55%, 65%, 75%, 85% e 95% de sua altura total. Foram ajustados modelos para a obtenção das alturas e volumes, e estes dados foram utilizados para a realização da modelagem do crescimento e produção, por meio do ajuste de modelos matemáticos disponíveis na literatura para a modelagem em nível de povoamento. O ajuste dos modelos foi realizado avaliando-se o Coeficiente de Determinação Ajustado e o Erro Padrão de Estimativa, além dos gráficos de distribuição de resíduos. O modelo de produção de Clutter mostrou-se o mais adequado para a obtenção das estimativas de volume e área basal, fornecendo valores coerentes do ponto de vista estatístico e biológico; As tabelas de produção com simulação de desbastes demonstraram o potencial do modelo de crescimento e produção de Clutter para povoamentos desbastados.
Perfil Comportamental no Processo de Seleção e Desempenho de Operadores do Trator Florestal Harvester
Millana Bürger Pagnussat
Defesa Pública: 28 de agosto de 2015
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Renato Cesar Gonçalves Robert – UFPR – Primeiro Examinador
Profª. Dra. Andrea Nogueira Dias – UNICENTRO – Segunda Examinadora
Prof. Dr. Eduardo da Silva Lopes – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
As operações de colheita florestal mecanizada são executadas por máquinas modernas de alta tecnologia e produtividade. No entanto, a falta de trabalhadores qualificados e com perfil desejável para a função de operador de máquinas com conhecimentos, comportamentos e habilidades motoras é um problema enfrentado atualmente pelas empresas florestais brasileiras. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do perfil comportamental no processo de seleção e desempenho de operadores de máquinas florestais, com vistas a subsidiar o processo de capitação, aumento de produtividade e redução de custos. O estudo foi realizado em uma empresa florestal localizada na região Centro-Oeste, Brasil, com uma amostra de 20 trabalhadores que foram treinados como operadores de harvester. Inicialmente foi desenvolvido o “perfil referência” para a tarefa de operador de harvester por meio do uso da ferramenta de análise de perfil, que é um sistema de gestão que mede o comportamento das pessoas e fornece um modelo gráfico dos requisitos para um indivíduo de alta performance. Na sequência, foi caracterizado o perfil comportamental dos trabalhadores divididos em classes de acordo com os requisitos definidos pelo perfil de referência. Em seguida, o desempenho dos operadores nas classes de perfil foi analisado por meio dos dados de eficiência produtiva e disponibilidade mecânica obtidos na operação de corte florestal por um período de 11 meses, sendo os dados médios comparados pelo teste tukey ao nível de 5% de probabilidade. Foram construídas curvas de aprendizagem dos operadores a partir de análises de regressão por classe de perfil nas variáveis avaliadas. Por fim o efeito do tempo de formação sobre a disponibilidade mecânica e eficiência produtiva dos operadores foi modelado por meio de análise de regressão. Os resultados obtidos mostraram que a ferramenta de análise de perfil utilizada agrupou os trabalhadores em três classes de perfil distintos, onde os operadores de melhor perfil apresentaram as seguintes competências comportamentais: atenção aos detalhes, compromisso com prazos, paciente, orientada tecnicamente e adequados para tarefas repetitivas. Os operadores de pior perfil apresentam as seguintes características: proativo, capacidade de assumir riscos, rápido com pessoas, explosivo, informal, cuidadoso com regras e orientado tecnicamente. O desempenho dos operadores aumentou no período avaliado, atingindo o máximo de eficiência produtiva no sétimo mês com 110%. A diferença média do custo de produção mensal no período de formação entre os operadores de melhor e pior perfil foi de 11,7% por máquina. Ferramenta de avaliação de perfil comportamental mostrou ser uma ferramenta eficiente para uso no processo de seleção e capacitação de operadores de máquinas florestais.
Efeito de Fitorreguladores e Rizobactérias Promotoras de Crescimento na Produção de Mudas Clonais de Pinus taeda
Leticia Miranda
Defesa Pública: 28 de agosto de 2015
Banca Examinadora:
Profª. Dra. Luciana Magda de Oliveira – UDESC – Primeira Examinadora
Prof. Dr. Rogério Bobrowski – UNICENTRO – Segundo Examinador
Prof. Dr. Flávio Augusto de Oliveira Garcia – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
Neste trabalho foram estudados os efeitos de aplicações de diferentes dosagens de benzilaminopurina (BAP) em minicepas e a influência do uso de rizobactérias no enraizamento de miniestacas de P. taeda, bem como a seleção massal desses isolados na germinação de sementes in vitro e ex vitro. Realizou-se a seleção massal de 128 isolados bacterianos de solos de plantios de P. taeda em diferentes locais. A seleção massal das bactérias foi realizada via germinação in vitro em meio ágar-água de sementes de P. taeda microbiolizadas com as bactérias. O trabalho foi dividido em duas etapas, testando-se 73 e 55 isolados por etapa respectivamente. O delineamento experimental utilizado foi delineamento inteiramente casualizado (DIC), com 12 repetições por tratamento. Avaliou-se ao final de 30 dias a porcentagem final de germinação, altura das plântulas e comprimento de raízes. Em seguida, foi realizado um teste de confirmação, onde os três melhores isolados bacterianos foram submetidos a dois ensaios de germinação de sementes de P. taeda in vitro e ex vitro, respectivamente, em diferentes formas de aplicação da suspensão bacteriana nas duas condições. Utilizou-se o delineamento experimental DIC em esquema fatorial com 10 repetições por tratamento. Ao final de 90 dias ex vitro avaliou-se a germinação e o índice de velocidade de germinação (IVG). No ensaio in vitro, ao final de 30 dias, avaliou-se a germinação, altura de plântula e comprimento de raízes. O BAP foi aplicado no minijardim em quatro diferentes dosagens 0,0, 0,5, 2,5 e 10 mg.L-1. O delineamento utilizado foi em blocos ao acaso (DBC), com quatro repetições e 12 plantas por bloco por tratamento. Avaliaram-se a produção médias de brotações aos 30, 90, 150 e 225 dias. Realizou-se ainda um experimento com duas coletas de miniestacas, as quais tiveram suas bases imersas em suspensão bacteriana de dois isolados com posterior estaqueamento. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em arranjo fatorial quatro doses de BAP x dois isolados, com 10 repetições por tratamento. Aos 90 dias avaliou-se o percentual de enraizamento das miniestacas, altura e diâmetro do colo, comprimento da maior raiz, massa seca de raízes e parte aérea e IQD. O experimento de seleção massal apresentou diferenças significativas para as variáveis altura e comprimento de raiz nas duas etapas, e porcentagem de germinação na segunda etapa. No experimento de confirmação dos três melhores isolados in vitro, houve diferença na forma de aplicação do isolado para o IVG, onde a aplicação da suspensão bacteriana no meio ágar/água 10 dias após a inoculação da semente foi a melhor forma de aplicação, e o isolado 25D a melhor bactéria. No experimento ex vitro houve diferença para o isolado, também no parâmetro IVG, onde o 25D foi novamente superior aos demais tratamentos. No experimento de aplicação do fitorregulador em minijardim de P. taeda as doses de BAP não influenciaram a produção de brotações. No experimento de enraizamento de miniestacas, na primeira coleta, para o diâmetro do colo, a dose 10 mg.L-1 de BAP e os dois isolados bacterianos, foram os melhores tratamentos.
Análise Técnica de um Cavaqueador e Caracterização Energética de Cavacos de Biomassa da Colheita de Madeira
Diego Oro
Defesa Pública: 28 de agosto de 2015
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Dimas Agostinho Silva – UFPR – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Renato Cesar Gonsalves Robert – UFPR – Segundo Examinador
Prof. Dr. Eduardo da Silva Lopes – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
Esta pesquisa objetivou realizar a análise técnica de um cavaqueador e a caracterização energética dos cavacos da biomassa. A pesquisa foi realizada em uma empresa florestal localizada na região Nordeste do estado de Santa Catarina, Brasil, contemplando as operações de processamento da biomassa residual da colheita de madeira de Pinus taeda. Inicialmente foi realizada uma análise operacional do cavaqueador da marca Vermeer, modelo HG 6000 TX na execução do processamento dos resíduos, por meio de um estudo de tempos e movimentos, sendo determinada a disponibilidade mecânica, a eficiência operacional, a produtividade e o rendimento energético. Em seguida, avaliou-se a qualidade da biomassa residual da colheita de madeira estocada em campo em condição normal e a partir de cavacos processados e estocados na fábrica sob cobertura, em diferentes períodos de tempo: 7 (testemunha), 30, 60, 90, 120, 150 e 180 dias. Foram avaliados os parâmetros físicos e químicos dos cavacos em relação ao teor de umidade, densidade aparente, poder calorífico e análise química imediata. Os valores referentes às análises operacionais e aos parâmetros físicos e químicos dos cavacos nos diferentes períodos de estocagem foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. Os resultados mostraram que a eficiência operacional e a produtividade do cavaqueador de resíduos foram afetadas pelos tempos de deslocamentos e aguardando os veículos de transporte, com 31% e 29% do tempo total do ciclo operacional, respectivamente, indicando, portanto, a necessidade de ajustes no dimensionamento e planejamento logístico. Além disso, houve perdas de tempo com deslocamentos interno e externo aos talhões, que afetaram a produtividade do equipamento. A produtividade média do cavaqueador no processamento da biomassa residual da colheita de madeira foi de 27,3 ton.h-1, com uma disponibilidade mecânica e eficiência operacional média de 86% e 46%, respectivamente. Em relação à caracterização dos cavacos, os menores teores de umidade foram obtidos para o tratamento na fábrica sob abrigo, sendo o tratamento de 60 dias o melhor período de estocagem dos cavacos. A densidade aparente apresentou um valor médio de 100 kg.m-3 aos 30 dias, enquanto a testemunha apresentou um valor médio de184 kg.m-3. Em relação poder calorífico superior, o maior valor foi obtido aos 30 dias com os resíduos estocados no campo com valor médio de 4.792 Kcal.Kg-1, porém, os tratamentos estocados na fábrica apresentaram igualdade estatística. Por fim, com relação aos teores de cinzas, o melhor resultado foi obtido no tratamento com armazenamento dos resíduos no campo aos 30 dias, com valor médio de 0,9%, e para os tratamentos ao abrigo na fábrica o melhor valor foi obtido aos 60 e 120 dias. O tratamento de cavacos produzidos a partir da biomassa residual da colheita de madeira e estocados na fábrica pelo período de 60 dias apresentou os melhores índices para teores de umidade, geração de energia e teores de cinzas. Contudo, ficou evidenciada a maior qualidade na estocagem ao abrigo na fábrica em relação aos cavacos produzidos da biomassa estocada no campo e exposta às condições climáticas.
Planejamento e Otimização de Plantios de Pinus taeda L. na Região Oeste do Estado de Santa Catarina, Brasil
Ricardo Murilo Malheiros dos Santos
Defesa Pública: 26 de agosto de 2015
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Henrique Soares Koehler – UFPR – Primeiro Examinador
Prof. Dra. Fabiane Aparecida Retslaff Guimarães – UNICENTRO – Segunda Examinadora
Prof. Dr. Julio Eduardo Arce – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
Este trabalho teve como objetivo realizar planejamento a longo prazo em áreas de plantios de Pinus taeda, com diferentes idades, na região Oeste do Estado de Santa Catarina, e, desta forma, regular a produção, atendendo demandas de consumo de madeira. Os dados provêm de plantios de Pinus taeda da empresa ADAMI S/A com sede na cidade de Caçador – SC. O trabalho foi dividido em três capítulos, sendo que no capítulo I foram elaboradas curvas de sítios para a classificação produtiva. Cinco modelos de sítios foram ajustados e modelo de Prodan foi selecionado. Além disso, testes de identidade demonstraram que curvas de sítios diferem para duas regiões estudadas, denominadas de Bloco Chapecozinho (A) e Bloco Cachoeria (B). Desta maneira, foram feitas duas tabelas de limites de classes de sítios, e assim classificaram-se os projetos pertencentes ao cadastro florestal da empresa quanto ao índice de sítio. No capítulo II foram avaliados modelos de afilamento e volume, os modelos foram ajustados das seguintes maneiras: (1) para o conjunto de dados de árvores cubadas, (2) estratificando os dados pelos Blocos Chapecozinho (A) e Cachoeira (B), e (3) dentro de cada Bloco os dados foram estratificados por classes de idade. Pela dispersão dos resíduos e análise do erro padrão de estimativa em porcentagem, a estratificação dos dados em classes de idade demonstrou-se melhor. No capítulo III foi realizado o planejamento em um horizonte de vinte anos para florestas de Pinus taeda, utilizando-se das variáveis avaliados nos capítulos anteriores e otimizando o VPL atendendo à restrição de produção mínima de 400.000 m³. O VPL total médio foi de 10.508,69 reais, sempre atendendo a restrição de produção mínima, porém com produção considerada elevada nos primeiros anos do horizonte de planejamento, de maneira que se pôde verificar a oferta de diferentes sortimentos por ano de planejamento, destacando-se os sortimentos das maiores classes de diâmetro de toras nos primeiros anos, e ao longo do horizonte do planejamento, na medida em que a floresta se regula, observou-se que os sortimentos SIII (16 – 23 cm) e SIV (8 – 16 cm) predominaram.
Monitoramento dos Níveis de Ataque de S. noctilio em Plantios de Pinus taeda e Eficiência dos Inimigos Naturais
Silvio Carolo Junior
Defesa Pública: 31 de julho de 2015
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Nilton José Souza – UFPR – Primeiro Examinador
Prof. Dra. Susete do Rocio Chiarello Penteado – EMBRAPA – Segunda Examinadora
Prof. Dra. Daniele Ukan – UNICENTRO – Orientadora e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
Os principais prejuízos causados aos reflorestamentos pelos insetos-pragas são as avarias ao planejamento florestal e as perdas econômicas, sendo que nos plantios de Pinus destaca-se a praga Sirex noctilio (Hymenoptera: Siricidae). Este trabalho teve como objetivo determinar a dispersão natural e a eficiência dos agentes de controle biológico de Sirex noctilio. O experimento foi instalado no município de Palmas – PR em dois plantios de Pinus taeda, sendo um com desbaste (12 anos – 1051 árvores/ha) fazenda Juca Fabrício e outro sem desbaste (13 anos – 1600 árvores/ha) fazenda Alegria. Em cada área foram instalados 05 grupos de árvores-armadilha. Após a inspeção das árvores-armadilha, as árvores atacadas foram seccionadas em toretes de 1m de comprimento e armazenadas em tambores divididos em dois tratamentos, com e sem a aplicação do nematóide Deladenus siricidicola. Para a determinação da porcentagem de ataque foram utilizadas três metodologias, sendo elas: árvores-armadilha, amostragem sequencial e censo (1 ha). A porcentagem de parasitismo pelo nematóide D. siricidicola foi de 17,31% na fazenda Alegria, sendo 15,28% no tratamento sem aplicação do nematóide e 19,23% no tratamento com aplicação do nematóide. Na fazenda Juca Fabrício, a porcentagem de parasitismo pelo nematóide foi de 37,78%, sendo que nos toretes que não foi aplicado o controle biológico o parasitismo foi de 40% e 33,33% nos toretes em que ocorreu a inoculação. Quanto ao parasitismo por Ibalia leucospoides o mesmo foi de 13,33% na fazenda Alegria e 8,16 na fazenda Juca Fabrício. Na fazenda Alegria foi constatado 40% de árvores atacadas nas árvores-armadilha, 0,51% na amostragem sequencial e 0,37% das árvores atacadas no censo. Na fazenda Juca Fabrício 28%, 0,15% e 0,21% das árvores encontravam-se atacadas nas árvores-armadilha, amostragem sequencial e no censo respectivamente. As metodologias testadas para a determinação da presença da vespa-damadeira, as árvores-armadilha, amostragem sequencial e censo mostraram-se satisfatórias, sendo que o censo demonstrou maior rigor na determinação do nível de ataque. O nematóide Deladenus siricidicola encontra-se estabelecido nas duas fazendas. A dispersão de Deladenus siricidicola e Ibalia leucospoides ocorreu nas áreas do estudo.
Regimes de Manejo para Hovenia dulcis Thunb. em Floresta Ombrófila Mista como Alternativa de Controle e Geração de Rendas
Carlos Henrique Boscardin Nauiack
Defesa Pública: 27 de maio de 2015
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Anadalvo Juazeiro dos Santos – UFPR – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Edilson Batista de Oliveira – EMBRAPA – Segundo Examinador
Prof. Dr. Afonso Figueiredo Filho – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
A espécie exótica invasora Hovenia dulcis, comumente conhecida no Brasil como uva-do-japão é uma contaminante de diferentes fitofisionomias no Sul do Brasil como: a Floresta Ombrófila Mista (FOM), Floresta Estacional Semidecidual e a Estepes Gramíneo-Lenhosa. Por ameaçar o equilíbrio natural das comunidades biológicas e os recursos genéticos do país, mecanismos de controle desta espécie devem ser buscados, a fim de se estabelecer estratégias conjuntas de mitigação dos impactos adversos causados nos ecossistemas, seja pela erradicação, controle ou monitoramento da invasão. No presente trabalho foram desenvolvidas propostas de manejo para Hovenia dulcis sob regeneração natural em fragmentos de FOM na região Centro-Sul do Paraná, visando o controle da espécie e a geração de renda aos proprietários rurais. Para isto, enumerou-se todos os indivíduos da espécie presentes nos fragmentos florestais localizados em 16 propriedades rurais. No total 904 árvores acima de 10 cm de DAP foram enumeradas e formaram o conjunto de árvores objeto do manejo. As árvores foram agrupadas em classes de diâmetro a fim de servir principalmente para a quantificação do estoque atual (ano de medição – 2012) e para determinar as árvores amostradas pela análise de tronco completa. Para o estoque atual determinou-se os padrões ótimos de corte dos fustes (volume serraria) de maneira individual, com o objetivo de maximizar o comprimento do fuste utilizável. O processo de otimização gerou um aproveitamento médio do fuste com dimensões para serraria de 96,36% e um volume para serraria total de 105,63 m3, pouco menos de um terço do volume total de 357,3 m3. Na elaboração das propostas de manejo utilizou-se como ferramenta modelos dendrométricos (hipsométricos, volumétricos e de afilamento) e biométricos (modelos de crescimento globais e modelos de árvores individuais) ajustados em função da idade observada (d = f (I)) e em função de uma escala de idades relativas (d = f (IR)). O banco de dados para o ajuste dos modelos dendrométricos contou com 80 árvores cubadas e, os modelos biométricos foram ajustados com 40 árvores amostradas pela técnica da análise de tronco completa. Os modelos ajustados apresentaram resultados adequados e coerentes quando comparados aos normalmente obtidos para as espécies que crescem em florestas nativas. Os modelos biométricos ajustados em função da escala de idades relativas geraram resultados superiores com R2adj de 0,82 e Sxy% de 14,5 quando comparados ao ajuste em função da idade observada, que apresentou R2adj de 0,59 e Syx% de 22,1. As propostas de manejo basearam-se em 3 métodos que, de diferentes formas buscam a maximização da receita, sendo a seleção das árvores determinada de acordo com a projeção do valor presente individual ao longo do horizonte de planejamento. Os métodos aplicados foram: maximização da receita (MaxR), maximização da receita balanceada (MaxR_B) e maximização da receita controlada (MaxR_C). Para cada um dos métodos simulou-se três variações no ciclo de corte (2, 3 e 4 anos) por meio do desenvolvimento e resolução do algoritmo de programação linear específico para o método. Em razão da diferença entre os objetivos finais de cada método, a avaliação foi realizada para os três diferentes ciclos de corte. Utilizou-se critérios técnicos e ambientais na avaliação do melhor ciclo de corte para cada método. O ciclo de corte a cada 2 anos foi superior nos critérios técnicos-econômicos para dois métodos (MaxR e MaxR_B). Por outro lado, o ciclo de corte a cada 4 anos foi superior nos critérios ambientais para todos os métodos. As propostas de manejo geraram resultados muito superiores quando comparadas aos resultados de uma exploração visando a erradicação no ano zero. As opções de manejo com a maior receita total e com o maior volume total quando comparadas com os resultados do estoque atual foram superiores em 44 e 60%, para a receita e volume total, respectivamente. Ao final, todas as propostas de manejo cumpriram com o principal objetivo inicialmente estabelecidos nesta pesquisa.
Identificação dos Conflitos na Cobertura da Terra com Base na Aplicação do Novo Código Florestal Brasileiro
Cristian Whitman Bueno da Silva Reinelli
Defesa Pública: 13 de fevereiro de 2015
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Marcos Benedito Schimalski – UDESC – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Luciano Farinha Watzlawick – UNICENTRO – Segundo Examinador
Prof. Dr. Paulo Costa de Oliveira Filho – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
Nesta pesquisa foi avaliado o efeito da aplicação da lei 12.651/12, conhecida atualmente como o novo “CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO”, lei que define a ocupação e preservação das propriedades rurais e urbanas. A área de estudo é a Bacia Hidrográfica da Cabeceira da Barra Grande, no município de Porto União, Planalto Norte Catarinense. O estudo foi composto de etapas de levantamento do uso e ocupação da terra, com imagens de aerofotografias cedidas pelo governo de Estado, representando o momento de 2011, e imagens de satélite do ano de 2008, objetivando identificar as áreas declaradas como consolidadas. Foram delimitadas todas as propriedades para classificar estas aos grupos modulares e, assim, aplicar as peculiaridades da legislação pertinentes a cada grupo de propriedades, as quais buscam diminuir os impactos de recuperação das áreas de preservação nas pequenas propriedades rurais, incentivando o desenvolvimento destas propriedades de produção familiar. Através desta pesquisa foram identificados diversos conflitos para a aplicabilidade da legislação, tais como a dificuldade na aquisição de imagens do ano de corte para identificação das áreas consolidadas e a baixa resolução espacial das imagens disponibilizadas, dificultando na delimitação de preservação de áreas muito pequenas, como nas propriedades de até um modulo fiscal; verificou-se ainda, inconsistência nas delimitações das propriedades em campo e erros nas matrículas, fundamental para classificar as propriedades entre diversos outros casos. Os resultados encontrados indicam conflitos em relação à área de preservação e a utilização das propriedades de acordo com a extensão territorial que possuem. A maior parte das propriedades rurais da área de estudo, são enquadradas como pequenas propriedades rurais familiares, as quais se beneficiam da atual legislação em vigor. Apesar disso, a maior fração da bacia hidrográfica é ocupada por grandes detentores de terra, que neste caso permaneceram preservadas. Portanto, as alterações da legislação favorecem a manutenção da capacidade produtiva das pequenas propriedades rurais; em contrapartida a preservação das grandes áreas naturais é incumbida aos grandes proprietários rurais.
Estoque de Necromassa Lenhosa em Floresta Ombrófila Mista Usando Diferentes Métodos de Amostragem
Karina Henkel Proceke de Deus
Defesa Pública: 28 de abril de 2015
Banca Examinadora:
Prof. Dr. Carlos Roberto Sanquetta – UFPR – Primeiro Examinador
Prof. Dra. Greyce Charllyne Benedet Maas – UFPR – Segunda Examinadora
Prof. Dr. Afonso Figueiredo Filho – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora
Resumo:
O presente estudo teve como objetivo principal quantificar o estoque de necromassa, presente em um fragmento de Floresta Ombrófila Mista a partir de diferentes métodos de amostragem. A área de estudo está inserida na Floresta Nacional de Irati, com 78% da área no município de Fernandes Pinheiro e 22% em Teixeira Soares, estado do Paraná. Os dados foram coletados em parcelas permanentes instaladas por professores do Departamento de Engenharia Florestal da UNICENTRO. Foram avaliados três métodos de amostragem, a) área fixa com unidades amostrais de 2500 m² (50 m x 50 m) -AF1 b) área fixa com unidades amostrais 500 m² (10 m x 50 m) – AF2 e c) método de amostragem Linha Interceptadora (LI) com linhas de 50 m. Foram medidas peças de madeira morta caída e árvores mortas em pé com diâmetro ≥ 10 cm. A madeira morta foi avaliada por espécie, classe de diâmetro e classes de decomposição. Os métodos de amostragem testados foram avaliados a partir das seguintes estatísticas: Coeficiente de Variação (CV%) e Erro de amostragem relativo (Er%). Para comparações dos resultados entre os métodos foram empregados os testes não paramétricos de Kruskal-Wallis e pós-teste de Dunn para comparações múltiplas. Os volumes de madeira morta caída estimados foram de 16,77 m³.ha-1 , 18,89 m³.ha-1 e 16,31 m³.ha-1 para os métodos AF1, AF2 e LI, respectivamente. Os volumes estimados de árvores mortas em pé para AF1 foram de 5,11 m³.ha-1 e para AF2 3,67 m³.ha-1 . O peso de necromassa total estimado foi de 7,39 Mg.ha-1 (AF1), 7,48 Mg.ha-1 (AF2) e 5,26 Mg.ha-1 (LI). O método AF1 teve menor variação do volume de necromassa, porém o método AF2 apresentou menor erro de amostragem. Os volumes para madeira morta caída e para árvores mortas em pé não diferiram estatisticamente entre os métodos de amostragem, os quais estimaram valores similares de volumes, peso de necromassa e carbono, porém para atingir um erro de amostragem de 10% necessita-se de elevada intensidade amostral. O método LI tem maior praticidade se comparado ao método AF, no entanto para concluir qual o melhor método para estimar estoque de necromassa são necessários estudos mais aprofundados.