Diego Luis Venancio

Defesa Pública: 06 de abril de 2018

Banca Examinadora:

Profª. Dra. Marta Regina Barrotto do Carmo – UEPG – Primeira Examinadora
Profª. Dra. Rosemeri Segecin Moro – UEPG – Segunda Examinadora
Profª. Dra. Viviane Fernandes de Souza – UNICENTRO – Terceira Examinadora
Profª. Dra. Mariele Katherine Jungles – UEPG – Quarta Examinadora
Prof. Dr. Paulo Costa de Oliveira Filho – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora

Resumo:

Compreende-se a Interceptação Florestal como o retorno da água precipitada para a atmosfera durante ou logo após a precipitação. O objetivo do presente trabalho foi estudar o processo de modelagem, aliada a técnicas de sensoriamento remoto, com a finalidade de gerar informações referentes a dinâmica da Interceptação Florestal em ambiente de Floresta Ombrófila Mista. Essa pesquisa elencou e comparou métodos utilizados para estimativa da interceptação florestal, seus componentes e definições. O enfoque concentrou-se na observação do perfil climático e demonstrou a aplicação de modelos de interceptação. Técnicas de sensoriamento remoto foram aplicadas para verificação das condições de ocorrência da espécie dominante Araucaria angustifolia (Bert.) O. Kuntze. O monitoramento da precipitação foi efetuado no período de um ano hidrológico, em diversas condições de cobertura da floresta. A metodologia consistiu verificação dos parâmetros de utilização dos diversos modelos para cálculo da Interceptação Florestal e suas variáveis, diferenciação entre os modelos, coleta de dados pluviométricos e análise de imagem orbital. O perfil climático local foi obtido com a análise de dados de estações meteorológicas de superfície, e a influência da vegetação sobre a precipitação foi observada em 102 pontos de coleta com pluviômetros. Volumes, frequências e tempos de precipitação sob diversas coberturas de dossel florestal foram obtidas e comparadas com sua expressão em imagens de sensores remotos de alta resolução. A localização de indivíduos da espécie dominante (Araucária) foi efetuada e utilizada para inferências relativas a sua influência no perfil pluviométrico da precipitação interna. O resultado obtido foi a verificação de que os modelos de Rutter e Gash são os mais utilizados para a estimativa da interceptação florestal. A análise climática na região da Floresta Ombrófila Mista revelou um perfil de precipitações frequentes com predomínio de eventos de baixa intensidade, com chuvas intensas principalmente nos períodos de verão. O resultado observado foi um perfil de decréscimo do fator de interceptação pelo dossel, na medida que aumenta a intensidade da precipitação. Em média a interceptação foi de 13,8%. A mensuração da precipitação ocorreu em frequência horária, e houve preponderância de chuvas de menor intensidade (< 3 mm/h), sendo chuvas intensas (<40 mm/h) eventos de menor frequência. O tempo de precipitação interna é 34,6% superior ao da chuva externa, provavelmente devido ao fator de gotejamento. O monitoramento do processo de Interceptação florestal em árvores isoladas permitiu observar que a Araucária forma uma camada adicional de dossel sobre a floresta. O uso de dados de precipitação, integrado as informações de localização espacial e delimitação das copas de Araucária estimou a influência da espécie no processo de interceptação florestal. A perda de intercepção da copa da Araucária (em situação isolada) é de 3% da precipitação bruta, e o modelo analítico Revisto Gash é satisfatório para reproduzir a perda de intercepção para a Floresta Ombrófila Mista. Conclui-se que a estimativa da interceptação na Floresta Ombrófila Mista pode ser obtido a partir de imagens de sensores remotos, ajustando-se os valores a partir da área de cobertura das copas de Araucária. A estimativa desse valor é importante para estudos climatológicos e de restauração dos serviços ambientais.