Ana Claudia Spassin

Defesa Pública: 30 de agosto de 2017

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Álvaro Figueredo dos Santos – EMBRAPA – Primeiro Examinador
Prof. Dr. Celso Garcia Auer – EMBRAPA – Segundo Examinador
Prof. Dr. Leandro Alvarenga Santos – UNICENTRO – Terceiro Examinador
Profª. Dra. Fabiana Schmidt Bandeira Peres – UNICENTRO – Quarta Examinadora
Prof. Dr. Flávio Augusto de Oliveira Garcia – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca Examinadora

Resumo:

No Brasil, a ocorrência de Sclerotinia sclerotiorum é verificada em culturas agrícolas de alto valor econômico e seus danos podem acarretar perdas próximas a 100% em alguns hospedeiros. Na cultura do eucalipto, S. sclerotiorum é relatada como um patógeno em potencial, mas estudos da ocorrência natural deste fungo e seus efeitos na cultura ainda não são descritos. Acredita-se, que com a expansão da fronteira agrícola no Brasil, fungos que até então não ocorriam em uma determinada cultura, podem estar migrando para novas aéreas, se adaptando e colonizando novos hospedeiros. Assim, estudos sobre o patógeno, a relação com a cultura, os danos e medidas de controle são necessárias. Na agricultura o controle utilizado para S. sclerotiorum é o químico, todavia com eficácia duvidosa. Os altos custos e o acúmulo de resíduos químicos no ambiente tornaram o controle biológico um método alternativo no controle deste fitopatógeno. Assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar os efeitos de S. sclerotiorum em sementes de Eucalyptus benthamii, e selecionar em ensaios in vitro e in vivo rizobactérias e bactérias residentes do filoplano com potencial para o biocontrole deste fitopatógeno. Avaliou-se a sanidade, germinação e emergência de sementes de E. benthamii, inoculadas com um isolado de S. sclerotiorum. A capacidade antagônica de 269 bactérias foi avaliada por meio de três ensaios in vitro. Os isolados que apresentaram potencial nos testes realizados foram selecionados para dois ensaios de controle in vivo. O fungo foi considerado patogênico às sementes de E. benthamii quando inoculado pelo método de substrato. Os sintomas observados nas sementes foram tombamento de pré e pós-emergência. Apenas quatro isolados bacterianos foram capazes de controlar in vitro o patógeno. Verificou-se a dificuldade de selecionar in vivo isolados com potencial antagônico devido ao efeito variável apresentado pelos isolados. No primeiro ensaio de controle não foi possível observar efeito benéfico dos isolados bacterianos. No segundo ensaio, os isolados identificados como Bacillus sp. e Bacillus pumilus apresentaram efeito benéfico às sementes para a maioria dos parâmetros avaliados e mostraram-se colonizadores do sistema radicular. Conclui-se que o isolado de S. sclerotiorum é patogênico às sementes de E. benthamii e que os isolados Bacillus sp. e Bacillus pumilus possuem potencial para o biocontrole deste fitopatógeno.