PIA – Programa de Inclusão e Acessibilidade

A UNICENTRO, em sua trajetória universitária, procura atender toda a demanda da necessidade educacional especial. A exemplo disso, cria programas para atendimento aos alunos com deficiência e com déficit de aprendizagem e também aos alunos indígenas. É nesta perspectiva que nasceu o Programa de Inclusão e Acessibilidade – PIA: para atendimento ao aluno com deficiência.


MEDIDAS PEDAGÓGICAS

Em sua política de ações inclusivas para o ensino superior o Programa de Inclusão e Acessibilidade – PIA – entende que a comunidade universitária deve desenvolver medidas pedagógicas diferenciadas, compreendendo que as necessidades educacionais são específicas, podendo ser permanentes ou temporárias, a ser consideradas as seguintes características dos/as alunos/as com:

I – Altas Habilidades e superdotação;
II – Deficientes Físicos, Intelectuais, Sensoriais e Múltiplos;
III – Transtornos Mentais, Distúrbios de Humor e outras situações classificadas pelo CID ou DSMV-TR;
IV – Transtornos Globais;
V – Alterações orgânicas como insuficiências;
VI – Dependência Química ou Etílica.

Assim, cabe aos professores e ao departamento atentarem-se a casos que os discentes aparentam ser simplesmente omissos ou faltosos, mas que podem estar se sentindo discriminados ou temerosos frente a mudança de vida escolar e/ou familiar. Por isso, sugerimos que em situações parecidas, o chefe do departamento recorra ao PIA, para que juntos possam desenvolver ações pedagógicas adaptativas a cada caso e encaminhamentos a profissionais da saúde, quando necessário.

Considerar que os/as discentes com necessidades educacionais especiais tem o DIREITO de 50% a mais de tempo para apresentação de provas e trabalhos.

Discentes SURDOS

1. envio de material com antecedência para os intérpretes estudarem os textos para traduzirem para os/as discentes durante às aulas. O professor deve considerar que os/as discentes com SURDEZ, mesmo oralizado/as, tem uma perda significativa de signos linguísticos e o que é suficiente para o/a discente ouvinte para o/a surdo/a não é; por isso, torna-se uma medida pedagógica coerente, por conta desses discentes, ter acesso ao maior número de material possível sobre o tema trabalhado com antecedência:

    • Textos a serem trabalhados em sala;
    • Apresentação de slides, como por ex. do programa Power Point, fotocopiado ou por endereçamento eletrônico;
    • Sinopses ou resumos de filmes e documentários (esses últimos, geralmente, quando estão em português não apresentam legenda ou o aparelho pode não ter a função close caption para que ele acompanhe adequadamente);
    • Por conta do tempo de apreensão, torna-se mais fácil ao discente relatar, pelo intérprete o que entendeu, do que apresentar um relatório ao final da aula. No entanto, o professor pode e deve auxiliar que os/as discentes desenvolvam a escrita, então o relatório poderia ser entregue na aula seguinte. (Frisamos que para que ele desenvolva melhor sua compreensão e arguição, é importante que o professor oportunize a explicação do/a discente pelo intérprete).

2.  Apresentar a explicação em tópicos, se for o caso, com o nome do autor;

3. Evitar escrever na lousa impedindo com o corpo que os/as discentes visualizem o raciocínio;

4. Quando apresentar filmes e documentários auxiliará:

    • o uso de close caption ou legenda para ele acompanhar o que está sendo dito;
    • passar de antemão aos discentes uma sinopse, resumo e/ou tópicos, como os objetivos da atividade para que possam entender a relação pedagógica do filme e os objetivos do professor;
    • quanto ao ambiente, este não poderá estar completamente escuro pois, neste caso, o intérprete terá dificuldade de comunicar o conteúdo para o/a discente.

5. Para disciplinas/cursos de EXATAS e TECNOLÓGICAS as explicações ditas, como simplificações e funções, necessitam estar explícitas na lousa com outra cor de giz, para que o/a discente, efetivamente, acompanhe o raciocínio dos exercícios.

No caso de discentes com surdez, o trabalho dos intérpretes está restrito a interpretar a explicação do professor e não explicar o que ele, intérprete, entende pelo tema, por isso, em alguns casos o agendamento do Atendimento ao Aluno é uma das medidas favoráveis para a verificação do aprendizado do aluno pelo professor.

No caso de avaliações dos discentes surdos, o docente pode e deve fazer o uso de LIBRAS com intérprete para que os discente consigam se expressar globalmente o que entendeu, assegurado pelo previsto pela Lei 10.436/02 e regulamentado pelo Decreto 5.626/05, diplomas legais que reconhecem a LIBRAS como língua oficial brasileira.

Os tutores NÃO DEVEM fazer o trabalho pelos discente, nem mesmo copiar da lousa ou de apresentações, isso deve ser coordenado entre docente e discente (Sugerimos a entrega de material antecipadamente para que o/a aluno/a acompanhe o que está sendo apresentado para a turma). O/A tutor/a executará essa atividade se o/a discente tiver algum comprometimento nos membros superiores ou apresentar condição similar que dificulte essa atividades.
Discentes CEGOS e com BAIXA VISÃO

1. Para os/as aluno/as iniciantes ou que farão uso de um ambiente desconhecido (como salas de aula, laboratórios, cinema, biblioteca, etc.), o professor(a), tutor(a) ou colegas de sala podem auxiliá-lo a fazer o reconhecimento do ambiente tateando materiais, aparelhos, bancadas, carteiras, vidrarias e lousa.

2. Envio de material com antecedência para os discentes acompanharem as explicações durante as aulas. O professor deve considerar que os/as discentes com CEGUEIRA ou BAIXA VISÃO, tem uma perda significativa de signos linguísticos e o que é suficiente para o/a aluno/a vidente para o/a aluno/a cego/a pode não ser; por isso, torna-se uma medida pedagógica de grande auxílio ter acesso ao maior número de material possível sobre o tema tratado com antecedência:

    • Textos a serem trabalhados em sala;
    • Apenas os textos em extensão .txt poderão ser utilizados pelos discentes pelos programas de leitores de tela e impressão em Braille;
    • Descrever tabelas, pois os programas de leitores de tela não leem propriamente as coordenadas;
    • Durante as avaliações, verificar com o/a discente se prefere ter a disposição um ledor que conheça o conteúdo da prova, a disponibilização da prova em formato eletrônico acessível para a leitura por meio de um leitor de tela, ou esta impressa com fonte ampliada ou em Braille (este procedimento é realizado pelo PIA, desde encaminhado com antecedência);
    • Apresentação de slides, como por ex. do programa Power Point, fotocopiado ou por endereçamento eletrônico;
    • Quando houver aulas em laboratórios de informática, é fundamental que haja computadores com programas leitores de tela, como DOSVOX, NVDA ou Orca.
    • Em aulas experimentais ( química, física, biologia, farmacologia, etc), deve-se reduzir o número de discentes, para evitar acidentes, e que os materiais tenham etiquetas em Braill ou com fontes ampliadase e as possíveis adequações em equipamentos, vidrarias, roteiro de aula, entre outas medidas previamente discutidas além de organização por parte da turma, o que gera maior independência de aprendizagem. O professor deve se atentar para aulas em que seja essencial a observação visual dos fenômenos a serem observados (verificar cis ou trans por microscópio; ou então reações químicas com emissão de gazes que o contato tátil coloca em risco a saúde do/a discente);
    • Quando apresentar filmes e documentários auxiliará:
      • passar de antemão ao discente para que ele faça a ampliação ou o tutor leia para ele sinopse, resumo e/ou tópicos, assim como os objetivos da atividade para que o/a discente possa entender a relação pedagógica do filme e os objetivos do professor;
      • envio de material com antecedência para o PAPE, por intermédio do/a discente ou tutor, fazer a ampliação necessária para a leitura do/a discente.

Discentes com dificuldade ou deficiência MOTORA

      • A infraestrutura é um elemento crucial da acessibilidade tanto física quanto atitudinal. Nesse sentido, o departamento deve se atentar, caso isso não tenha sido feito, para relocar as salas de aula para discentes com dificuldades ou deficiências motoras para ambientes adequados (corrimão do lado específico, elevador, banheiros adaptados ou piso térreo). Lembramos que os discentes podem ter dificuldades de locomoção temporárias e permanentes como: gravidez, cadeirantes, muletantes, usuários de bengala, idosos, situações pós-cirúrgicas, acometidos de Parkinson, de Alzheimer e AVC (derrames).
      • Se os/as alunos/as apresentarem dificuldades motoras nos membros superiores, o/a tutor/a poderá TRANSCREVER trabalhos e avaliações oralizadas pelo/a próprio/a discente.

Discentes com Transtornos Globais (como relativos a Autismo, Asperger, Kanner e Rett), Transtornos do Humor (como Mania, Bipolar, Depressão entre outros) e outros psiquiátricos, Alterações Orgânicas (Pós-cirúrgicas, Doença Renal Crônica, Diabetes e entre outros), necessitam de um laudo clínico para delinear quais medidas pedagógicas são mais condizentes com cada caso.

Equipe PIA