29 de abril: ao fazer memória, evitamos o esquecimento

29 de abril: ao fazer memória, evitamos o esquecimento

Momentos bons e felizes – como o tempo em que passamos numa universidade, fazendo um curso superior – estarão para sempre na memória e serão revividos com frequência. Outros, de memória triste ou dolorosa, por vezes, preferimos esquecer, apagar. Esse não é o caso, porém, do dia 29 de abril de 2015.

Massacre de 29 de abril

Foto: José Gabriel Tramontin / Lente Quente

Há exatamente um ano, vimos estarrecidos, chocados, o tratamento dado à servidores da rede pública de ensino do Paraná, entre eles os docentes e agentes universitários, muitos membros da comunidade da Unicentro. Em praça pública, num lugar que deveria exalar o respeito e a defesa à democracia, já que liga os prédios que abrigam os poderes executivo e legislativo do estado do Paraná, policiais militares utilizaram de violência desmedida e injustificada para, supostamente, impedir que os servidores invadissem a Assembleia Legislativa do Paraná, onde era votado o Projeto de Lei que alteraria a previdência dos servidores estaduais.

Balas de borracha, bombas de efeito moral, spray de pimenta, jatos d’água… Os ataques vinham da terra e do ar, com a utilização de helicópteros. Feriram o corpo, mas, sobretudo, marcaram a alma de quem estava na praça Nossa Senhora da Salete e, também, de todos os paranaenses que valorizam a educação e a figura do educador.

Hoje, um ano depois, dói lembrar e isso não mudará com o passar do tempo. As feridas físicas estão cicatrizadas, as morais jamais serão apagadas. Fazemos memória para que esse episódio triste e vergonhoso da história do Paraná – apesar de não estar mais estampado na mídia local, nacional e mesmo internacional como na época – não caia no esquecimento. Lembrar nos coloca sempre em espírito de luta, como o daquele momento.

Luta, aliás, que não cessou nos últimos doze meses. A Unicentro, incansavelmente, tem se colocado a favor da educação superior pública, gratuita e de qualidade no estado do Paraná. Agora, como em abril de 2015, batalhamos dia a dia pela manutenção e pela valorização das nossas universidades, que são patrimônio do povo paranaense. Queremos continuar, como fazemos há décadas, promovendo o desenvolvimento social e econômico das cidades e regiões onde estamos e do Paraná como um todo.

29 de abril: ao fazer memória, evitamos o esquecimento

Aldo Nelson Bona e Osmar Ambrósio de Souza

Deixe um comentário