A cor nas perspectivas técnica e científica

A cor nas perspectivas técnica e científica

Fauze Jacó Anaissi, coordenador do evento e professor do Departamento de Química da Unicentro.

Fauze Jacó Anaissi, coordenador do evento e professor do Departamento de Química da Unicentro.

A percepção de como a vida seria sem graça se fosse toda em tons de cinza e de como as cores nos ajudam em diversas escolhas cotidianas, motivou um grupo de professores da Unicentro a discutir, de maneira técnica e científica a temática. Para isso, eles organizaram a Escola Ciência em Cores. Um evento, realizado entre os dias 19 e 20 de abril, que reuniu mais de duzentos professores, alunos e pesquisadores.

“A gente, na vocação de professor, está encontrando nas cores uma motivação para trazer esses temas do cotidiano para dentro das salas de aula, dos laboratórios e das instituições, para dar suporte às empresas, à comunidade e todos os que usam a cor”, ressaltou o coordenador do evento e professor do Departamento de Química da Unicentro, Fauze Jacó Anaissi.
A proposta da Escola Ciência em Cores foi levantar demandas, discutir ideias e gerar conteúdo para todas as áreas de conhecimento. O caráter multidisciplinar das atividades abriu espaço para participantes de seis áreas: Agronomia, Química, Física, Engenharia de Alimentos, Comunicação Social e Educação Física.
Por meio das discussões foi possível perceber que o estudo das cores é relevante em várias áreas de atuação profissional. Uma delas é a Engenharia de Alimentos. “O consumidor vai ao mercado e quer comprar um morango. Qual é o melhor estágio de maturação do morango? Se ele está esverdeado, ele não está num ponto apto de colheita. Agora, se ele está mais amarronzado, já é um sinal de deterioração, um sinal que não está apto para compra. Essa percepção que nós temos da cor, faz com que haja ou não a aceitação do produto final, principalmente na área de alimentos”, explicou a professora do Departamento de Engenharia de Alimentos, Katielle Córdova.
Essa percepção das cores faz a diferença no nosso cotidiano e também é preponderante ao se fazer pesquisas em várias áreas, como é o caso da Química. Kaio Oliveira é mestrando e tem no estudo das cores um dos vieses de sua dissertação. “Eu trabalho com degradação de corantes têxteis através da utilização de compostos inorgânicos. Então, estar aprendendo um pouco mais sobre a química das cores vai ter um acréscimo interessante na minha pesquisa”, contou.
Paula Sillag, presidente da Associação ProCor do Brasil.

Paula Sillag, presidente da Associação ProCor do Brasil.

A primeira edição da Escola Ciência em Cores contou com mais de duzentos participantes. A intenção para as próximas edições é ampliar as discussões, já que, no Brasil, não existe iniciativa semelhante que trate do tema cores. “Pouca gente trabalha com a devida importância. O que eu estou vendo aqui é muito legal porque traz esse valor que merece a cor. Ela está presente em tantas formas, a gente vê que pode ser muito bem aproveitado um evento como esse”, ressaltou a presidente da Associação ProCor, Paula Sillag.

O vice-reitor da Unicentro, professor Osmar Ambrósio de Souza, também falou sobre a importância da universidade tomar frente e organizar um evento tão relevante para a sociedade. “Uma universidade tem entre suas atribuições a pesquisa e a pesquisa é feita por professores bem qualificados. E essa pesquisa a gente vai transferindo, no futuro, à sociedade. Há um benefício e um retorno do trabalho executado dentro da universidade para a sociedade, através da descoberta de novos produtos, nesse caso, novas pigmentações para as cores”.

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